As pesquisas de intenção de votos muitas vezes não capturam a tendência real que ocorre nas últimas semanas de campanha, e isso pode resultar em grandes discrepâncias no resultado final. No caso de Curitiba, estamos vendo um exemplo claro de como as tendências podem transformar o cenário eleitoral rapidamente, especialmente com o apoio repentino de Bolsonaro e seus filhos, como o Carlos Bolsonaro, à candidatura de Cristina Graeml. Esse apoio veio à tona após uma fala desastrada de Eduardo Pimentel, que sem perceber, acabou chamando Bolsonaro de negacionista ao criticar a nomeação da Dra. Raíssa Soares, conhecida como “Doutora Cloroquina”, para a Secretaria de Saúde em um possível governo de Cristina.
A fala de Pimentel, ao defender as vacinas e atacar diretamente a adversária, soou como um ataque não só à Cristina, mas também aos valores que Bolsonaro e seus apoiadores defenderam durante a pandemia. Isso gerou grande repercussão entre os bolsonaristas, especialmente no grupo mais fiel a Bolsonaro, que considerou o comentário de Pimentel um erro estratégico grave, visto que o ex-presidente ainda tem um peso decisivo entre o eleitorado conservador de Curitiba. Pimentel declarou: “Sou totalmente a favor da vacina, da ciência. A vacina salva vidas (…) Eu vou defender campanhas de vacina na cidade toda. É um desrespeito o que a candidata Cristina está fazendo na saúde pública, trazendo pra cá a ‘Doutora Cloroquina,’ que foi demitida por isso.”
Essa fala criou um distanciamento claro entre Pimentel e o eleitorado bolsonarista, que viu na nomeação de Raíssa Soares por Cristina um ato de reafirmação dos princípios defendidos durante a gestão de Bolsonaro, enquanto o discurso de Pimentel foi visto como um alinhamento com as críticas e narrativas contra o ex-presidente. O grupo bolsonarista, que até então estava relativamente neutro na campanha de Curitiba, começa a migrar em massa para Cristina Graeml, movidos pela identificação com as suas propostas e pela insatisfação com o comportamento de Pimentel.
A tendência de migração de votos de eleitores bolsonaristas para Cristina também foi reforçada pela posição aberta de Carlos Bolsonaro, que começou a expressar apoio nas redes sociais à candidata, o que certamente acelera o movimento de apoio. Esse tipo de tendência de última hora é o que as pesquisas de intenção de voto muitas vezes não conseguem capturar. Elas fotografam um momento estático, sem levar em consideração essas mudanças repentinas no comportamento eleitoral, que podem ter um impacto decisivo no resultado final.
Por isso, a chegada de Bolsonaro e seus filhos ao lado de Cristina Graeml é um fator que pode gerar uma discrepância significativa entre o que as pesquisas previram e o que veremos nas urnas. O eleitorado bolsonarista, que tem um peso considerável em Curitiba, tende a ser fiel e altamente influenciado por esse tipo de posicionamento, especialmente em um momento tão delicado da campanha. A tendência, então, é que Cristina Graeml não apenas ganhe fôlego, mas também cresça rapidamente nas pesquisas, superando o adversário que, até então, parecia mais consolidado.
Esse episódio reforça como as pesquisas de intenção de votos não conseguem prever com exatidão os movimentos finais de uma eleição, principalmente quando há uma mudança súbita de apoio, como a de Bolsonaro, que pode influenciar diretamente o resultado em favor de Cristina Graeml. As tendências eleitorais, especialmente em momentos de polarização e grandes apoios de última hora, têm o poder de transformar drasticamente os resultados previstos e trazer surpresas na apuração.
ACHO QUE A TENDÊNCIA É QUE EM CURITIBA, NO OUTUBRO ROSA, TEREMOS A PRIMEIRA PREFEITA DE CURITIBA.