O que você prefere: trabalhar no PC quadradão da empresa ou levar seu próprio notebook para o trabalho? Se você é adepto da segunda opção, também faz parte de um fenômeno chamado BYOD, ou Bring Your Own Device (traga seu próprio dispositivo). O BYOD conquistou funcionários em várias empresas do mundo por várias razões. Muitas companhias acreditavam que conceder permissão aos funcionários para trabalharem em seus próprios dispositivos iria conter gastos e aumentar a produtividade. E, de fato, isso aconteceu.
O sucesso do BYOD é simples de explicar: geralmente, as pessoas compram os dispositivos de que gostam mais, com recursos mais interessantes, que casam com sua personalidade, e ficam cada vez mais atreladas a eles, seja por orgulho, status ou conforto. No entanto, depois que a tendência virou febre, as empresas começaram a perceber seus primeiros contratempos. Era preciso ter cuidado com os pontos de acesso à internet, bem como com o tráfego de dados. Dispositivos pessoais poderiam armazenar informações críticas e, ao sair do ambiente de rede da empresa, tais informações poderiam tornar-se vulneráveis. Imagine-se saindo da empresa com seu notebook hibernando. Você se senta em um bar, em pleno happy hour, com seus amigos. Dali a pouco, usa o mesmo notebook para se conectar à internet do bar e checar alguns e-mails. Pronto: você pode estar colocando informações da empresa em risco.
É por isso que o BYOD representa um perigo e tanto aos dados corporativos confidenciais, pois eles não podem ficar desprotegidos ou à mercê de invasão em computadores pessoais. Um novo problema surgiu nas empresas, e a solução mais plausível para proteger seus dados seria, então, proteger a infra-estrutura de rede e evitar acessos não permitidos à rede empresarial.
Mas, aliado ao fenômeno do BYOD, os funcionários começaram a trazer de casa sua própria internet. E assim nascia o BYON – Bring Your Own Network (traga sua própria rede, em tradução livre). Aumentou o número de pessoas que levavam seus mini modems ao trabalho, mas em pouco tempo, isso também se tornou uma ameaça à segurança empresarial e uma pedra no sapato dos profissionais de TI.
No BYON, os dados saem da rede segura e protegida da empresa, através das redes móveis e não-confiáveis dos funcionários. As pessoas rodam aplicativos e clientes corporativos em ambientes de rede que podem ser vulneráveis, o que coloca em risco dados importantes de uma corporação. Dados de clientes e informações confidenciais podem passar por caminhos obscuros, utilizando redes que podem ou não ser seguras. E assim, a empresa perde totalmente o controle sobre o tráfego de seus dados.
Diante de tantos problemas, será possível continuar levando gadgets para o local de trabalho? A resposta é afirmativa. Se uma empresa deseja oferecer flexibilidade aos funcionários com a tendência do uso do dispositivo pessoal, será necessário educá-los antes, além de investir em soluções técnicas. Empregador ou empregado, não importa de que lado você esteja: é preciso entender o funcionamento e a importância do uso do firewall e, principalmente, da encriptação de dados, evitando colocar os dados corporativos em risco.
Um bom método de controle sobre a segurança dos dados seria firmar contratos entre empresa e funcionários, de modo que eles entendessem que também são responsáveis por qualquer perda ou vazamento de dados. Afinal, se você utilizar sua própria internet sabendo que pode pagar uma indenização à empresa por vazamento de dados, certamente pensará duas vezes antes de navegar deliberadamente.
Fonte: Vander de Castro