Ney Ferreira 
Introdução:
Não me rebaixarei a implorar por um lugar em grupos que se vendem como “conservadores” enquanto, na prática, agem como cúmplices do mesmo sistema que dizem combater. Mas fica a pergunta crucial: o que vale mais – o discurso ou a ação? Se um político se declara defensor dos valores conservadores, mas na hora decisiva se omite ou até apoia medidas que corroem esses mesmos princípios, então sua defesa não passa de encenação. E pior: quem aplaude essa contradição torna-se parte do problema.
1. O Conservadorismo Não É Um Acessório de Redes Sociais
Muitos se orgulham de ostentar bandeiras conservadoras, compartilhar frases de efeito e posar de defensores da “tradição”. Mas o verdadeiro conservadorismo não se mede por posts inflamados, e sim por ações concretas. Se um governante ou grupo se diz conservador, mas na prática:
– Fica em silêncio diante da censura e perseguição a opositores;
– Não confronta políticas que expandem o estado, o assistencialismo e o controle social;
– Negocia com os mesmos grupos que atacam a família, a liberdade econômica e a segurança jurídica;
…então seu conservadorismo é apenas uma marca pessoal, não um compromisso real.
2. A Hipocrisia da Censura “Do Bem”
O mais irônico é ver supostos conservadores agindo exatamente como a esquerda radical que tanto criticam. Se a única resposta que têm para quem questiona é banir, bloquear ou ridicularizar, então estão usando o mesmo manual de silenciamento dos seus adversários.
– Se você exige liberdade de expressão, mas só a concede para quem concorda com você, então você não defende liberdade. defende ditadura do pensamento único.
– Se você critica a esquerda por censurar, mas faz o mesmo com críticos do seu próprio lado, então você não é diferente dela.
A censura não se torna virtuosa só porque vem do “seu time”.
3. O Desafio: Princípios Acima de Pessoas
Se você realmente acredita no conservadorismo, é hora de parar de defender pessoas e começar a defender ideias. Líderes devem ser cobrados quando falham, não blindados por lealdade cega.
– Um verdadeiro conservador não tem medo de debate – ele o enfrenta, porque confia na solidez de seus argumentos.
– Um verdadeiro conservador não precisa de bolhas – ele as rompe, porque sabe que a verdade resiste ao contraditório.
– Um verdadeiro conservador não obedece a políticos – ele obedece a princípios.
Se um grupo se diz conservador, mas só tolera pensamento único, então não passa de um clube de bajuladores, não de combatentes pela liberdade.
O Brasil Precisa de Conservadores Reais, Não de Performances
A história não lembrará dos que ficaram em silêncio por medo ou conveniência, mas dos que tiveram a coragem de exigir coerência, mesmo quando isso significou ficar sozinho.
O Brasil não precisa de mais “conservadores” de redes sociais, que trocam seus valores por likes e aprovação de grupos. Precisa de gente que coloque princípios acima de políticos, que não tenha medo de questionar e que lembre a todos:
“Se o seu conservadorismo some quando é inconveniente, então ele nunca existiu.”
Pense nisso.
